Entre muitos outros, temos fascínio pela desgraça, pela vida alheia e pela nossa imagem. "Uma desgraça nunca vem só...". A desgraça é coisa que não falta. Os meios para espiolhar a vida alheia são incontáveis e a nossa imagem infelizmente vai-se deteriorando com a idade, andando de mãos dadas com inveja e com as desgraças. A desgraça instalou-se. Como? Quando nos atrevemos a dominar o nosso espaço, a domesticá-lo a retalha-lo em países, condados, repúblicas, reinos, quarteirões e quintais. Quando mexemos em coisas que nunca devíamos ter mexido, na manipulação biológica, química, genética, molecular, atómica. Quando o nosso cérebro alargou e começou a recordar o que se passou e a calcular o que aí está para vir. Em consequência, os danos nas necessidades básicas são tantos que qualquer caridade ou misericórdia não passa de um ato de pura hipocrisia. "Coitadinhos destes desgraçados... só ficaram com a roupa do corpinho... Vamos lá fazer um jantar de beneficência...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.