"Então Barcelino, estás a deixar as varas com três e quatro olhos? Olha que a tinta roriz no máximo dois olhos por vara é quanto basta", recrimina o Zé Sabão, um experiente podador. Mas Barcelino riposta: "Eu sei, mas o patrão precisa de dinheiro... E depois vem o pedrolho ou a aranha que lá come um ou outro rebento... Ou mesmo a geada que queima alguns.... Vão por mim, deixem lá mais um olho ou dois nas varas, porque o patrão precisa, porra!" E valada após valada lá iam, com mais ou menos frio e mais ou menos generosidade para com a natureza e com o patrão, cortando meticulosamente as varas do talhão da tinta roriz, naquele fria manhã do minguante do mês de Janeiro. Pouco tempo depois o Barcelino volta à carga, agora com ar mais recatado. "E aqui entre nós, há também mais uma coisa, Vocês não sabem que os americanos e ingleses têm umas máquinas no céu que vêm a forma como nós podamos as videiras e fazemos o cultivo da vinha para, depois, nos impingir...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.