"Se pensas que és normal estás muito enganado. Tu és um esquisito". Isto dizia Afrodite ao seu Nestlé. Alongado no sofá da sala pensava - está bem abelha eu não sou um cão qualquer, quero a minha ração de carne, e não aquela mixórdia que vem nas latas - e abanava ligeiramente o rabo e entreabria os olhos. Os dias iam passando. Afrodite levava-o a passear pela trela extensível, podendo cheirar à sua vontade os marcos olfativos, marcando e reforçando a dose nos que teriam sido apagados pelos seus "colegas". Às vezes. ia ao sr. doutor Prudêncio. Mas nada de cuidados que vida de cão é assim mesmo. Viver à conta, acatar com subserviência encapotada algumas rotinas diárias, cheirar tudo, guardar o seu território, ser puxado ou puxar pela trela, repousar. Reparou que Afrodite andava um pouco esquisita. Estava ciumenta e ameaçava-o com a ida para a casota se continuasse a namoriscar com a Mili dum bairro contíguo; "ai vais para a casota vais..." As coisa...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.