Estou longe da terra que me viu nascer. Por isso, de vez em quando, vou-me mostrar à terra onde tudo, para mim, começou. O tempo, esse inconstante, prega algumas partidas. Anuncia calor no lugar de partida e logo, no lugar de destino, arrepende-se e desata a arrefecer e a chover. Encontra-se um ou outro vizinho e o início de conversa é, repetidamente: "então vieste trazer a chuva?" E recordam-se os tempos e os lugares. Os tempos árduos do passado, as proezas e as agruras. As escolas cheias e as ruas com gente nova e alguns mais velhos. Recordam-se os que se salvaram e os que Deus não pôde ajudar... Agora, um certo silêncio marcado pelo relógio eletrónico da torre da igreja. Puxa pela modernidade. Um ou outro cão ladra sem grande convicção. O mesmo se passa com o galo do vizinho. Alguns "idosos" sobem e descem pelas ruas calcetadas, depois ou antes de deixarem as suas preces e os seus agradecimentos na sempre imperturbável igreja da freguesia. O...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.