Quem visita a cidade de Beja não gostará das suas ruas estreitas, esconsas e sem passeios, as irregularidades das zonas comerciais e residenciais e um certo desconforto dos edifícios e monumentos. Olhará com admiração ou desdém os bairros orgulhosos de uma riqueza herdada, a par de outros a deixar transparecer que ela foi adquirida à pressa. Sentirá alguma resignação ao passar pelos amontoados de casas empurrados para a periferia, ou os enclausurados em ilhas no meio da cidade, em que a pobreza crónica ou a resultante da modernidade os estigmatiza com algum pudor. Ficarão na sua memória, como contrapartida, os largos horizontes, as estradas retilíneas, as torres, os pormenores curiosos e resistentes ao tempo e aos homens, as comidas cheirosas e singelas, as cálidas noites de verão e as amenidades primaveris e outonais. Mas também as pessoas, predominantemente idosas, que circulam pela cidade a custo, se sentam nas mesas junto às portas dos cafés e bares ou nos jardins, ou que esprei...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.