Hoje o Henrique caminhava pelo arredores do bairro. As ruas quase desertas. Encontrava um ou outro vizinho que cumprimentava interessadamente. Uns poucos sentados nas explanadas, outros trabalhando nas ruas retirando ou colocando adereços, pintando, lavando. Uns mostrando carros de novos modelos, outros passando nas ruas em carros e carrinhas evidenciando mais ou menos o peso dos anos. Uns fumando, outros comendo, outros conversando. O dia começava de forma ao mesmo tempo original e repetível. Como para toda a gente. Cuza-se com a Deolinda. Rosto que nem os anos nem a tristeza da partida do seu companheiro conseguiram marcar com as inevitáveis rugas; que inveja! Mas a saudade interior consome. Mostra a alegria da compra de uns pequenos bonecos de porcelana, pintados por fora e ocos por dentro, onde depositará pequenas flores, lembrando o companheiro que partiu. Os filhos, que os houve, partiram, também, mas para outras paragens terrenas, mantendo a esperança de, a tempos espaçad...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.