Lucrécia sempre quis andar na moda. Comprava obstinadamente revistas, percorria as ruas e corria para as montras com olhares devoradores e entrava numa ou noutra para apressadamente vestir e despir roupa e sapatos. Depois de muito experimentar lá levava um par, ou umas calças ou saia e blusa de cores recomendadas e talhe a condizer. Isto a um ritmo semanal nas mudanças de estação, e muito espaçadamente nos pinos de verão e depressões invernais. Havia porém uma época excepcional nas vésperas da ida para férias, em que o fato de banho era criteriosamente escolhido, dependendo da maior ou menor eficácia da dieta. Uma coisa que preocupava Lucrécia era a sua imagem de marca - os chapéus. Mais redondos ou ovais, mais altos ou baixos e com mais ou menos adereços, ele devia rematar com suprema distinção o equilíbrio do conjunto em que a cor e design dos sapatos não era descurado. Depois vinham os lenços de seda, ou não; as malas e carteira a harmonizar o conjunto. Lucrécia tinha a sua...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.