A manhã já ia longa e o jantar começava a surgir como imperativo necessário nos planos mentais do Toino Girão. Sentou-se num meroiço de pedras soltas de uma arribada do inverno passado e encostou a caçadeira de canos aramados à parede. Esperou que o Nestlé desse uma vista de olhos, guiado pelo seu faro, pelos calços do soito do porcas e fizesse saltar algum coelho mais preguiçoso e atrasado no regresso a sua toca. Como era habitual o Nestlé, quando pressentia a necessidade da intervenção do tiro da espingarda, dava as suas inquietantes ladradelas, ao mesmo tempo que acelerava na procura do rasto, até que, tendo o mágico do disfarce à vista, se lançava na sua perseguição. Nessa manhã, o láparo fora encontrado fora e longe da sua toca nuns seranganhos, no calço acima onde o Toino se sentara. Aí estava, na outra ponta do calço, o seu filho Miguelito, duns 7 anitos, que o acompanhava nas caçadas e o ajudava no transporte das poucas e esparsas perdizes e coelhos que trazia para casa. ...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.