A vida rural exige uma comunhão estreita do homem com a terra e os animais. Foram estes que guindaram em parte a nossa espécie àquilo que hoje somos. Não vale a pena repetir o óbvio, mas, por vezes, esquecemos o quanto devemos materialmente e espiritualmente aos seres que nos rodeiam. Eles alimentam-nos, transportam-nos, dedicam-nos momentos inesquecíveis a troco de quase nada. A Russa era a companhia inseparável do Tavares. Sempre a farejar os seus bolsos do casaco, que usava meio vestido sobre o seu ombro esquerdo e de onde saiam, de vez em quando, umas côdeas de pão de milho. Lá ia, atrás do dono ou transportando-o no dorso, para todo o lado. Nas quintas feiras rumavam à feira da cidade, percorrendo os 9 Km descendo e subindo encostas. No seu passo sempre igual, chegavam pelo meio da manhã. A Russa era entregue no lugar da Ponte, à entrada da cidade, ao seu amigo que, além da taberna para saciar a fome e sede dos feirantes, também tinha uma loja para acomodar os animais. ...
..Sem grandes pretensões e descuidado quanto baste.